Chamada para artigos e ensaios: volume 3, 2019



[ADIADO UMA SEMANA] Os trabalhos para a edição nº3 devem ser enviados até 8 de julho de 2019 para o e-mail perspectivascapufrj@gmail.com. Clique aqui para acessar as normas para publicação.

A revista Perspectivas em Educação Básica, publicação digital do Colégio de Aplicação da UFRJ veiculada anualmente, seleciona artigos e ensaios fotográficos para o seu terceiro número, que será publicado no segundo semestre de 2019. O tema dessa edição é “Currículo: desafios e possibilidades em tempos de novas políticas educacionais”.
Nas últimas duas décadas, a diversidade do campo dos estudos curriculares foi ampliada, especialmente após a incorporação de novas perspectivas conceituais, como as teorias de currículo pós-estruturalistas, multiculturais, fenomenológicas e decoloniais. Muitos são os autores que discutem o conceito de currículo sob diferentes prismas. Enquanto Roberto Sidnei Macedo compreende currículo escolar como “um artefato socioeducacional que se configura nas ações de conceber/selecionar/produzir, organizar, institucionalizar, implementar/dinamizar saberes, conhecimento, atividades, competências e valores visando uma ‘dada’ formação (MACEDO, 2007, p. 24)”; Alice Casimiro Lopes lembra que “o currículo é fruto de uma seleção da cultura e é um campo
conflituoso de produção de cultura, de embate entre sujeitos, concepções de conhecimento, formas de entender e construir o mundo” (LOPES, 2004, p. 111). Já José Augusto Pacheco, a partir das reflexões de Garcia e Moreira, defende que “o conhecimento curricular não é de natureza puramente técnica e generalizável, a identidade daí resultante é algo em construção e a sua natureza epistemológica é interdisciplinar, de fronteiras porosas e, inclusive, indefinidas e incertas” (GARCIA;
MOREIRA, 2003 apud PACHECO, 2013, p. 449).
Independentemente da abordagem, é inegável a centralidade do currículo nas políticas educacionais no mundo globalizado. Como enfatiza Lopes (2004, p. 110), diversas ações constituem as reformas educacionais como: mudanças em legislações, formas de financiamento, relações entre os poderes oficiais, gestão das escolas, formação profissional – em especial a de professores – e seus dispositivos de controle e os processos de avaliação centrados em resultados.
Nesse sentido, cabem as perguntas: qual é o espaço da autonomia docente na construção do currículo escolar? Como podemos protagonizar mudanças curriculares que efetivamente atendam à realidade dos estudantes da Educação Básica? É possível normatizar algo tão plural quanto o currículo? Em que contextos e de que maneira ele se efetiva?
Sendo assim, convidamos autores a apresentar pesquisas, experiências e reflexões sobre o seu ensinar e aprender à luz das perguntas acima. Nas palavras de Miguel Gonzáles Arroyo, “é urgente recuperar o conhecimento como núcleo fundante do currículo e o direito ao conhecimento como ponto de partida para indagar os currículos” (GONZÁLES ARROYO, 2007, p. 26).


REFERÊNCIAS

GARCIA, R. L.; MOREIRA, A. F. Currículo na contemporaneidade: incertezas e desafios.
São Paulo: Cortez Editora, 2003.
GONZÁLES ARROYO, Miguel. Indagações sobre currículo: educandos e educadores: seus
direitos e o currículo / [Miguel Gonzáles Arroyo]; organização do documento Jeanete
Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. – Brasília: Ministério
da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
LOPES, Alice Casimiro. Políticas curriculares: continuidade ou mudança de rumos? In:
Revista Brasileira de Educação. Maio /Jun /Jul /Ago 2004 N. 26.
MACEDO, Roberto Sidnei. Currículo: campo, conceito e pesquisa. Petrópolis: Vozes,
2007.
PACHECO, José Augusto. Estudos curriculares: desafios teóricos e metodológicos.
Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 21, n. 80, p. 449-472, jul./set. 2013.